segunda-feira, 8 de junho de 2009

A Rosa que murcha

Começa a parecer que a rosa maioritária da nossa pequena e gasta democracia, começou ontem a ficar sem água. Facto estranho uma vez que à quantidade de àgua que tem entrado no barco do governo, como pode este bonito e sempre bem vestido roseiral, estar a definhar sem esse bem precioso que é o voto? De facto, se voltarmos um pouco atrás, percebemos que algumas das vagas que atingem o barco da rosa, mais se assemelham a verdadeiros tsunamis, que inundaram de água os últimos meses de governação socialista. Ora se virmos bem, talvez o maior tsunami tenha sido o da educação, com duas manifestações de escala apoteótica (dificilmente haverá um professor neste país que vote novamente neste governo) que certamente custaram uns bons milhares de baldes de água ao roseiral. Mas o tsunami teve réplicas e das boas, como foi o caso do Frí Pór, já para não falar do eterno Magalhães ou da impunidade dos BPNGate ou BCPGate...
A juntar aos tsunamis, o casco do barco ontem mostrou definitivamente vários rombos, uns vindos de direita e uns bem maiores do lado da esquerda! O que valeu para o rombo não ser ainda maior, foi o capitão Alegre não ter participado (o jogo dele são mais as presidenciais), senão à custa dos tão em voga independentes e movimentos independentes de cidadãos, o roseiral teria já sido transformado num útil e cheiroso fertilizante.
Curiosos são ainda os títulos que fazem as manchetes dos media de hoje, que dão os louros à laranja e lembram à rosa que a seca parece estar para ficar, ao mesmo tempo que se dão menções honrosas aos respectivos partidos dos manos Portas. Cá para nós, achamos que a rosa começou a murchar, mais por causa do excesso de àgua de ontem... a chuva deve ter motivado os eleitores a ficarem em casa, confortavelmente a ver o Chiado Terrace, é que sair de casa para votar com aquele tempo... se ainda fosse para ir para o shopping, passear para a Bershka ou ver as novidades da Zara, agora ir votar?
Não nos parece necessário alongarmo-nos muito mais sobre os motivos para o murchar da rosa, uma vez que as razões estão à frente dos nossos olhos. Se Maquinanda fosse um órgão de comunicação social, apenas poderíamos dizer que estas seriam as manchetes escolhidas para passar em rodapé, durante a nossa maratona eleitoral:

Partido da Abstenção esmaga roseiral, laranjeira e companhia
Bloco de Esquerda: a multiplicação continua
Paulo Portas afinal ainda mexe – solário não acabou com o bicho
Vital acusa Avô Cantigas de lhe roubar eleitores mais novos
Manuela Ferreira Leite declara: “Sinto-me desejada!”
MMS: Partido fica sem saldo e apresenta queixa à TMN
CDU: “O Alentejo continua a ser nosso!”

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