terça-feira, 18 de maio de 2010

Belle Chase Maquinanda



Naquela praça suja com merda de pombo,
patrulhada pelo sexo,
ele chega às quatro
polindo o sapato
p'ra vender o seu amplexo

E os homens passam,
notam seu bigode,
mas na coxa se extravasam.
Veio sua amiga,
a loira José,
convidando para o café.

E ao segundo brande,
já José se expande,
esboroando seu baton:
"Amanhã não estaremos aqui,
veja se bebe um pouco e sorri
tira esses olhos do chão!
O futuro é lindo: eu já vi!
E o avião vai directo para lá!
Vamos embora dessa aflição!".

E Manuel morena
tomou os seus calmantes
por causa dos joanetes.
E disse cansado que estava assustado
pois nunca tinha voado:
"E se há um acidente?
E se o passaporte?
Será que não sentes o medo da morte?
Me dá um cigarro!
Me dói a cabeça!
P'ra quê tanta pressa?
E a depilação?".

"Amanhã não estaremos aqui
veja se bebe um pouco e sorri
tira esses olhos do chão!
O futuro é lindo: eu já vi!
E o avião vai directo para lá!
Vamos embora dessa aflição!".

No dia seguinte
num canto da praça
quem passou podia ver
duas prostitutas tão deselegantes
acenando p'ra você.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Fado Electro Pop Maquinanda (with aliens)!!

Esta Maquinanda desenvolve-se em dois actos distintos: num primeiro momento, um dos mais bizarros e ao mesmo tempo deliciosos fados de Amália, de nome O Senhor Extra-Terrestre, que conta com a letra de outro grande génio, Carlos Paião. A letra é de ir às lágrimas, numa mistura de ode à era espacial meets a típica vidinha quotidiana nacional.
O segundo acto, surge da recente edição de um álbum de tributo a Carlos Paião, onde os Mesa pegam precisamente neste mesmo tema, dando-lhe um embrulho electrónico e pop como só eles poderiam ser capazes de fazer, devolvendo esta música ao século XXI.

Primeiro acto:



Segundo acto: