quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Maquinanda em tom nostálgico...

Ainda a propósito de Foucault e da suas reflexões sobre o conceito poder, entendo ser pertinente partilhar aqui, algumas demonstrações práticas desse mesmo poder nos dias que correm. O poder como uma relação de forças, e não o poder enquanto personificação numa única figura. Durante os últimos oito anos, assistimos a uma personificação desta última perspectiva, falo concretamente do reinado republicano de um certo indivíduo natural do Texas (USA), no qual foi depositado todo o poder de uma nação, após um processo eleitoral conturbado e polémico (lembram-se?). Será este um retrocesso no pensamento contemporâneo dos nossos dias? Espero que não, que tenha sido apenas um episódio esporádico e isolado, que rapidamente deverá ser guardado nos anais da historiografia.

Ora ultrapassado que está este pseudo período das Trevas, o poder sofre então uma democratização (aparente afirmo, porque nem um mês leva o senhor “sim, nós podemos”, à frente da casa que melhor contrasta com o seu tom de pele), estando agora distribuído pelo povo americano. Mas como bom português que sou, o meu lado nostálgico e fatalista, hesita ainda em libertar-se da figura que até muito recentente encarnou o poder da máquina norte-americana. O poder associado a um único indivíduo, que assegura ter dialogado com o Deus (o próprio, quem mais!) que lhe terá revelado a localização de armas de destruição maciça no Iraque (que nem a ONU conseguiu encontrar), que jurou em cima dos escombros do WTC lutar contra o Eixo do Mal por defesa da supremacia e do poder norte-americano, resultou numa catarse populista, onde o espírito “democracy kicked in” parece ter tocado até os mais distraídos no que toca às lides políticas. O tempo encarregou-se de provar, que quando o poder é concentrado numa única pessoa, a tendência é para as coisas não correrem da melhor forma... Como seria de esperar, depois de ter arranjado diferendos com diversos países, Bush viu-se abraços com um sistema financeiro em colapso, com um modelo social instável e desiquilibrado, mas não será apesar de tudo isto o que eu recordarei com nostalgia, mas sim da sua capacidade ímpar em propocionar-me aquele momento de descompresão, aquele momento Maquinanda!
Mesmo assim, não resisto em partilhar aqui alguns instantâneos, deste que foi de certa forma, a grande fonte primária de poder para os humoristas norte-americanos e que nos divertiu com as suas alucinantes e mais improváveis atitudes.

É pois com um misto de saudade e nostalgia que recordo e aqui vos deixo, algumas das mais belas e interessantes Maquinandas do recém enterrado poder norte-americano!

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